“Outubro
Negro: Rumo à Tarifa Zero”
As
mobilizações de junho mostraram a indignação do povo contra o descaso com o transporte
público em várias cidades do país, assim como em Aracaju. O Movimento Não
Pago, que nos últimos anos vem tocando essa luta, convida toda a população da
Grande Aracaju para construir mais uma semana de atividades de 20 a 25 de
outubro. “Outubro Negro: Rumo à Tarifa Zero”.
O
objetivo das atividades é debater com a população da Grande Aracaju as
problemáticas do transporte público na nossa cidade, denunciando os inúmeros
crimes, fraudes e irregularidades cometidas pelas empresas de ônibus, com a
conivência do poder público municipal e estadual.
O Não
Pago também pretende discutir junto à população soluções para que o transporte
coletivo, que é um serviço público essencial, atenda aos reais interesses da
população, e deixe de ser tratado como uma mercadoria, que só visa atender aos
lucros dos grandes empresários.
Um ponto
inicial exigir é a criação de um conselho popular, constituído por moradores da
Grande Aracaju e trabalhadores rodoviários, para gerir e fiscalizar o sistema
de transporte. Afinal, o transporte deve ser gerido por quem o utiliza, e não
por quem o explora.
Além
disso, o transporte coletivo deve ser entendido como um direito essencial, pois
é através dele que a população pobre tem acesso à todos os demais direitos,
saúde, educação, cultura e lazer. Portanto, defendemos o fim da cobrança de
tarifa (Tarifa Zero), e a criação de um fundo municipal para custeio do
transporte coletivo. Esse fundo deve ser garantido com o aumento de impostos
municipais sobre as grandes empresas e os bancos da nossa cidade, sem aumentar
em nenhum centavo o custo para a população e à classe trabalhadora.
Por fim,
vemos a necessidade da criação de uma empresa pública de ônibus, gerida pela
população e pelos trabalhadores, para que gradualmente assuma todas as linhas e
retire de vez essas empresas que há décadas exploram o transporte público em
nossa cidade. Com uma empresa pública não precisaremos pagar os lucros
exorbitantes nem as fraudes das empresas de ônibus, o que reduzirá bastante o
custo do transporte. Além disso, com uma empresa pública gerida pela população,
terá fim a humilhação e a exploração dos usuários e trabalhadores rodoviários.
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